quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Hidropônico ou orgânico?

Os hidropônicos surgiram em 1930 através de estudos realizados por agrônomos americanos sobre a fisiologia vegetal. No Brasil a hidroponia só chegou ao mercado em 1987, mas de lá para cá seu consumo aumentou muito, o que talvez se deva à falta de informação apropriada. Muitas pessoas acreditam que produtos hidropônicos e orgânicos são a mesma coisa, mas na verdade um não tem rigorosamente nada a ver com o outro.
O hidropônico só difere dos legumes e verduras correntes por não ser plantado diretamente no solo. É cultivado sob estufas dentro de suportes artificiais, em água que recebe soluções químicas para nutrição, além de receber tratamento com agrotóxicos para evitar eventuais doenças.
Já o orgânico é plantado em solo limpo de resíduos tóxicos, aguado por fontes não contaminadas e não recebe qualquer aditivo químico em nenhum estágio, do cultivo à colheita.
O conceito orgânico começou a ser divulgado entre 1925 e 1930, mas a produção em escala só teve início à partir da década de 80, se estabilizando nos anos 90 com o crescimento de pesquisas em torno do desenvolvimento sustentável e da necessidade de práticas agrícolas ecologicamente corretas.
Eventuais excessos de nutrientes ou impurezas na solução nutritiva podem se acumular no produto hidropônico, no caso dos orgânicos o solo filtra e neutraliza as eventuais impurezas e a planta aproveita os nutrientes sem acumular excessos.
As plantas hidropônicas terminam com um metabolismo desequilibrado, ficando suscetíveis ao ataque de pragas e doenças, enquanto as orgânicas mantêm metabolismo equilibrado e são mais resistentes a pragas e doenças.
A beleza do hidropônico pretende passar ao consumidor que o produto é saudável, enquanto no produto orgânico o sistema de produção certificado garante ao consumidor que o produto é verdadeiramente apropriado para consumo sem prejuízos a saúde.

Porque orgânico?

O mercado brasileiro movimenta anualmente vários milhões de reais em torno de agrotóxicos usados indiscriminadamente em nossa alimentação diária sem qualquer cerimônia. Produtos contendo agrotóxicos são vendidos nos tabuleiros da feira e gôndolas de supermercados e nós, inocentes, no intuito de mantermos uma alimentação saudável e variada levamos para casa exatamente o contrário; alimentos de baixo valor nutricional e possível causadores de doenças.
Os agrotóxicos são responsáveis pela segunda maior causa de intoxicação da população brasileira, perdendo apenas para as intoxicações por medicação!
Alimentos submetidos a pesticidas, hormônios e insumos tóxicos têm pior qualidade nutricional e biológica, são carentes de determinadas vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais e detonadores de doenças como o mal de Parkinson, alergias momentâneas e crônicas, disfunções neurológicas, sobrecarga hepática e vários tipos de câncer.
Num solo saudável, orgânico, o controle das pragas é feito de forma natural, sem comprometer a terra, água ou agricultores com quaisquer agentes tóxicos, o tabaco e as ervas daninhas, por exemplo, são usados com a finalidade de afastar pragas na lavoura. Adubado de forma orgânica, com sua microbiota preservada, o solo gera alimentos mais saudáveis, com mais e melhores nutrientes.

Alguns exemplos da diferença de nutrientes entre alimentos orgânicos e não orgânicos:

● Frango Orgânico: possui 25% menos gordura e 38% mais ômega -3.
● Carne Vermelha Orgânica: possui de 300 a 500% mais ácido linoléico conjugado.
● Ovos Orgânicos: possuem 20% mais vitamina A e 15% a mais de cálcio.
● Frutas Orgânicas: possuem 31,9% mais fósforo, 8,5% mais fibras e 18,6% mais fenólicos (maior proteção natural ao organismo).

Os alimentos orgânicos ainda são um pouco mais caros, mas à medida que se tornarem um hábito em nossas mesas irão baratear.
Orgânicos são os produtos que vêm com o selo da ABIO (Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro), http://www.abio.org.br/abio.php.
No Rio de Janeiro as novas feiras orgânicas são nos bairros do Leblon e Jardim Botânico, e funcionam respectivamente às quintas feiras pela manhã na Praça Antero de Quental e aos sábados pela manhã na Praça da Igreja de São José, na Lagoa. Na Rua do Russel, aos sábados a já tradicional feira da Glória e no Bairro Peixoto, também aos sábados, na Praça do Bairro Peixoto (Edmundo Bitencourt), enquanto em Ipanema, funciona às terças feiras, na Praça Nossa Senhora da Paz, do lado da Barão da Torre..
Aqui as feiras orgânicas que rolam pelo Brasil:
http://www.docelimao.com.br/site/desintoxicante/cultura-organica/101-feiras-organicas-brasil-afora.html