domingo, 14 de novembro de 2010

Almoço de domingo

Frio em novembro no Rio de Janeiro é um evento! Eu sou suspeita para falar porque detesto calor, dias floridos e ensolarados com temperatura amena são o meu ideal de perfeição, essa coisa de sair e ter que voltar correndo pra casa com abstinência de ar condicionado é francamente muito chato. As horas passam devagar no domingo véspera de feriado e fico babando feito o Manoel Carlos pelo Leblon... Caminhada assim num dia frio e com o bairro quase deserto promete ser longa e relaxada, então o almoço precisa ser bom, bonito e razoavelmente rápido pra não estragar a sensação de férias.
Um arroz 7 cereais com abobrinhas refogadas e outros quantos ingredientes é um pouco mais moderno do que o “risoto” que se fazia em minha casa e pode ser precedido por um singelo creme de abóboras com crôutons integrais e enquanto produzo os dois vou pensando na sobremesa que não precisa ser complicada e segue na postagem logo abaixo desta. Bon apetit!


Creme de abóbora

Ingredientes:

Um bom pedaço de abóbora bem madura
Água suficiente para cobrir a abóbora
Sal
1 cl de sobremesa de suco de gengibre

Preparo:

Descasque a abóbora e corte em cubos para ser cozida em fogo brando na água e sal. Não encharque a abóbora, quanto menos água for colocada, mais cremoso o resultado final, não ponha água de menos tampouco para não queimá-la. Quando estiver macia, processe e junte o suco de gengibre. Se for servir em pratos individuais acrescente uma colher de chá de creme de leite gelado e dessorado.

Crôutons integrais

Ingredientes:

Algumas fatias de pão integral
Azeite
Pimenta do reino ralada

Preparo:

Retire as bordas do pão e corte em cubos. Numa frigideira aqueça o azeite e salteie os cubos de pão com cuidado até dourarem. Antes de desligar o fogo rale a pimenta, mexa


os crôutons com cuidado e retire da frigideira. Estão prontos para ser usados, mas se for guardar use uma lata que vede bem para que não amoleçam.


Risoto 7 cereais

Ingredientes:

1 medida de arroz 7 cereais cozida a gosto
1 receita de abobrinhas al sugo
100 gr de parmigiano reggiano ralado
Um punhado de passas louras
1 punhado de amêndoas lascadas tostadas
1 cl de chá de manteiga


Abobrinhas al sugo

Ingredientes:

2 a 3 abobrinha bem lavadas e cortada em pequenos cubos
2 a 3 dentes de alho bem picados
Azeite
1 lata de tomate pelati italiano
Sal

Preparo:

Refogue o alho e o azeite, acrescente a abobrinha e refogue por mais 4 ou 5 minutos.
Processe ½ lata do tomate e junte ao refogado. Cozinhe em fogo brando por mais 5 ou 10 minutos, desligue o fogo, salgue a gosto e mantenha a panela fechada por mais alguns instantes para terminar o cozimento. A essa abobrinha junte os outros ingredientes, coloque em refratário e leve ao forno quente por 10 minutos aproximadamente e sirva ainda quente.

Doce de leite com algumas variações

Tem coisas que são melhores que chocolate suíço. Doce de leite é uma delas e comer a colheradas é como ir chegando devagarzinho no paraíso batendo delicadamente com os nós dos dedos na porta do nirvana. A língua estala enquanto o creme vai se acomodando na boca espalhando nuances doces e que eu tenha sentido ou saiba, o retrogosto é apenas de leite gordo e açúcar, varia na textura, varia na qualidade e na embalagem, mas acho que é só. Alguns vêm flavorizados de caramelo, baunilha e amêndoas, já vi até alguns com menta, não tive coragem de provar, achei um sacrilégio... Mas, para a tristeza dos fãs nem o leite condensado é mais como era antigamente... Acreditam que pode ser feito em casa? Não se assustem, não vou dar a receita que faria qualquer um ter uma hiperglicemia só de olhar a quantidade de açúcar que o bicho leva, além da mais de hora cozinhando no fogo lento... Doce de leite foi desde sempre o meu favorito, chocolate só quando o pânico é em língua estrangeira, aí a extravagância se justifica. Quando não, o doce de leite é o melhor remédio, mais do que água com açúcar que se não vai ao fogo para dar ponto fica a receita mais insossa que alguém pode tomar, enfim... Há gosto nesse mundo para tudo. Quando eu era pequena não tinha panela de pressão, então na hora de cozinhar o feijão, tirava-se o rótulo, lavava-se a lata e lá ia ela mergulhada na água escura e quando um ficava pronto o outro estava no ponto. A vontade era abrir ali mesmo a lata quente e virar tudo no prato, raspar rápido com a colher antes que as outras formigas da casa chegassem para roubar o prazer e a provável dor de barriga. Ruthinha me ilustre, essa lata colocada no feijão fez com nossa saúde o que talvez não valha nem a pena lembrar?
O leite condensado cozido na lata pode dar ao doce os pontos mais variados; o de calda para bolo e sorvete, o meio ponto de brigadeiro pra depois terminar misturado a chocolate em panela, o que evita que queime, ponto caramelo duro, ponto doce de leite consistente que fica excelente de recheio em macaroons, os casadinhos europeus sofisticados aos quais muitas vezes corantes de anilina comestível são acrescentados o que lhes dá um ar especial. A receita básica é com amêndoas, alguns substituem por pistaches. Mas num fim de semana preguiçoso posso no máximo me aventurar a fazer copinhos de brigadeiro de doce de leite. Bom apetit e bom feriado!