sábado, 10 de setembro de 2011

Abóboras e história

Estão super na época, enchendo as gôndolas do supermercado e tabuleiros das feiras livres. As baianas super doces e macias convidam a muitos pratos e aqui vão servir para uma torta leve misturada com queijo de cabra orgânico e que pode ser pré-preparada antes da praia e levada ao forno novamente na hora do almoço, com ela pode ser servido sete cereais ou arroz negro guarnecido com cebolinhas picadas como comi na casa da Letícia e estava delicioso. O arroz negro era servido apenas ao imperador e sua família desde a dinastia Sān Huáng Wǔ Dì, há aproximadamente 4000 anos atrás. Servido atrás dos muros da Cidade Proibida, foi assim batizado quando após a queda das últimas dinastias, as Míng e Qīng foram derrubadas e com elas todo o luxo que a realeza chinesa ostentava foi rotulado de supérfluo e decadente, inclusive a bagagem cultural voltada para as artes e cultivada desde o período das rotas da seda e do chá. Alguns historiadores afirmam que o arroz ficou perdido por séculos, outros que foi levado a Europa pelos espanhóis e depois esquecido pelo preço alto que ostentava e pelo estranhamento que causava a uma sociedade que recém se encantava com os refinados. Aqui no Brasil reza a lenda que um agrônomo/pesquisador brasileiro foi o responsável por sua redescoberta e batismo. Realidade à parte, a verdade é que atualmente o arroz é exportado pelo Brasil e vem sendo cultivado desde 1994 em solo brasileiro e o melhor é que pode ser encontrado na forma orgânica! Ao tratarmos de história vamos esbarrar em pontos de vista daqueles que pesquisam, das circunstâncias e materiais disponíveis no momento e principalmente de informações que resistem ao tempo e as traduções possíveis. No site que se segue informações bacanas de utilização e preparo do arroz proibido.Bon appétit!
http://www.chacaradeorganicos.com.br/tag/arroz-negro/

Torta de abóbora

Ingredientes:

1 media de massa da quiche básica (pag 44 do livro Da colheita para a mesa) acrescida de 2 cls de sopa de mistura de gergelim branco e preto
2 xcs de abóbora cozida no vapor
1 xc de queijo cremoso de cabra (Capril Deville)
2 ovos
galhos secos de orégano ou alecrim

Preparo:

Forno pré-aquecido e quente. Processe o queijo e os ovos e incorpore a abobora, prepare na própria forma desmontável a massa crua e deite aí o recheio cubra com muito orégano ou alecrim, abaixe um pouco a temperatura e leve para assar em forno médio por 20 minutos. Reaqueça na hora de usar ainda dentro da forma. Sirva com salada verde bem temperada e arroz. De sobremesa na página 148 do livro um granizado que pode ser de frutas vermelhas acrescido de iogurte espesso e adoçado com mel de trufas brancas.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Boi voador…

A noite veio chegando coroada por uma lua quase cheia e por “Un Cuento Chino”, filme argentino recém em cartaz que começa com um boi caindo do céu na China e terminando de vez com uma história fadada a ser feliz para sempre, e como não existem coincidências o desenrolar dessa história termina em Buenos Aires.
Onde barreira lingüística não chega a ser problema levantam-se barreiras humanas que levam tempo e resistência antes de dissolverem, nunca totalmente porque todos temos limites e fronteiras intransponíveis, e mais vale observar com olhos mudos e ouvidos atentos do que cruzar muros não autorizados. Relações humanas podem e devem ser travadas com delicadeza, o que às vezes requer apenas silêncio, ouvidos e abstração, sair um pouco da zona de conforto pessoal e calçar o sapato do outro sem estardalhaço, existe em alguns de nós a mania estranha de achar que qualquer não é compulsoriamente um sim travestido.
Na tela comia-se pouco e de forma estranha, assim que uma passada rápida no mercado depois do filme, terminou com um pratinho de 250 gr de legumes para yaksoba da Korin (orgânico), miojo, queijo minas da fazenda Vale das Palmeiras (orgânico), vinho Sauvignon Blanc reserva 2010 da Casa Silva, óleo de gergelim tostado e amendoim torradinho em metades, et voilá, um jantar levinho antes de se recolher!

yaksoba de miojo com cubinhos de queijo minas

Ingrediente por pessoa:

1 ½ pacote de miojo(descarte o tempero que vem junto)
130 gr de legumes para yaksoba
2 cls de chá de óleo de gergelim tostado
1 punhado de amendoim tostado
1/3 de xc de queijo de minas em cubinhos

Preparo:

Aqueça o óleo de gergelim num wok ou frigideira funda e com pinça culinária saltei os legumes por 5 minutos, salgue a gosto, disponha o amendoim, acrescente o queijo e desligue o fogo, tampe até que o miojo esteja pronto. Misture cuidadosamente e sirva quente. Se quiser acrescente um shoyu misturado com açúcar mascavo e suco de gengibre.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Metade do planeta morre de fome e a outra metade morre do que come

Pouco se fala, e por razões óbvias, do tratamento que recebem os alimentos que chegam até nossa mesa. Ouvimos aqui e ali sobre hormônios dados a animais para crescimento rápido, confinamento de outros para reprodução relâmpago, uso de defensivos agrícolas, um eufemismo para agrotóxico, usado nas lavouras, mas quanto será que isso interfere em nossas vidas realmente? A resposta é: muitíssimo! Diariamente são reproduzidos artigos sobre pesquisas alimentares em diversos sites e em publicações especializadas. É fato que muitos de nós preferimos ignorar pelos mais diversos motivos ao que nos expomos e também ao resto do mundo, sem nenhum exagero, quando ignoramos de que forma é feita a produção de alimentos, principalmente no Brasil. Porque no Brasil especificamente? Porque felizmente para produtores e infelizmente para consumidores somos hoje considerados o maior produtor e distribuidor de agrotóxicos no mundo! A retórica dos produtores é que a demanda por alimentos numa população mundial crescente a cada dia obriga um tratamento agrícola drástico, mas que lógica é essa que alimenta para não matar e mata por contaminar? Alguma coisa nessa conta simplesmente não bate! De acordo com o suplemento Razão Social do jornal Globo de 6 de setembro, “Desde 2008, a Anvisa apontou o nome de 14 sustâncias presentes em agrotóxicos potencialmente nocivas à saúde para serem retiradas do mercado. Seis processos já foram concluídos, mas, desses, quatro ainda estão em definição na justiça, devido a liminares conseguidas pelas produtoras dos insumos.” alguns desses componentes já são proibidos há anos na União Européia, EUA e China e muitos dos produtos que exportamos têm que modificar seus processos agrícolas ou não são aceitos em nenhum país dessas comunidades, outros não são aceitos de forma alguma, então porque são vendidos indiscriminadamente por aqui afetando nossa mesa, saúde e nossa terra?
Dentre os vegetais mais afetados por agrotóxico estão; pepino, batata, morango, abacaxi, tomate e pimentão. Uns vêm carregados de venenos já proibidos e em altas doses e outros com concentração muito acima do permitido. A dica é: orgânicos quando possível e consumo de alimentos que estejam na safra e em sua região de moradia, na safra o uso de defensivos é menor. No caso dos tomates todo cuidado é pouco porque embora o licopeno seja um poderoso anticancerígeno os defensivos usados nos tomates, de acordo com pesquisas, são suspeitos exatamente de causar câncer entre outras doenças, e a ingestão continuada apenas aumenta os níveis de concentração de veneno em nosso organismo. Aqui algumas declarações que nos ajudam a entender um pouco o quanto prevenção é importante.
“Os perigosos fungicidas - Maneb, Zineb e Dithane -, embora proibidos em vários países, são muito usados, no Brasil, em culturas de tomate e pimentão. Os dois primeiros podem provocar doença de Parkinson. O Dithane pode causar câncer, mutação e malformações no feto.”( http://www.sindipetro.org.br/extra/cartilha-cut/11agrotoxicos.htm).
“O cirurgião Armando Portocarreiro, responsável pelo serviço nutricional do Hospital Samaritano, explica que os agrotóxicos estão associados a certos tipos de câncer no sangue, como a leucemia, e que em países como a França e a Suíça já existe lei determinando que os produtos com agrotóxicos tenham identificação especial.” (http://saudealternativa.org/category/agrotoxicos/), ou seja consumo por opção e não por falta de informação. Aqui acrescento também uma explicação breve para esclarecer uma confusão comum entre consumidores, a de que orgânico e hidropônico são primos irmãos, nem de longe! “O produto hidropônico é produzido em água com grande concentração de nutrientes químicos. As folhas absorvem toda a química, principalmente o nitrato, substância altamente cancerígena.”
( http://www.agrisustentavel.com/san/segselo.htm)
A diferença dos hidropônicos para as plantações comuns é a pouca ocupação do solo que se por um lado otimiza espaço por outro distancia o plantio de nutrientes necessários, mas não deixa igualmente de fazer uso de remédios e toxinas como as plantações comuns, enquanto o plantio orgânico precisa de certificado, passa por testes e exames para comprovação de pureza antes de receber um certificado.
Vale uma visitinha ao endereço a seguir para entender melhor essa diferença, http://www.planetaorganico.com.br/saudhid.htm.
Tudo isso dito que tal uma entradinha bem gostosa para esse feriado preguiçoso que pode ser acompanhada por um pão de campanha e um Cousiño Macul Antiguas Reservas Chardonnay 2007 geladérrimo? Et voilá:

Ingredientes para 4 pessoas:
1 “rolinho” de queijo de cabra ou queijo de cabra cremoso orgânico*
1 abobrinha orgânica
1 cl de chá de azeite de trufas
1 cl de chá de azeite de oliva orgânico (Borges)
*1 receita de compota de cebolas

Preparo:
Lave bem a abobrinha e com fatiador de queijo corte finas lascas. Unte uma forma com azeite, disponha as fatias e pincele com o azeite de trufas, forno quente por 10minutos. Retire do forno e reserve. Corte fatias de 2 a 3 centímetros do “rolinho”, ou se for usar queijo creme enforme em aro pequeno. Envolva com uma ou duas fatias de abobrinha, guarneça com a compota e salada verde.


*queijo de cabra orgânico certificado ( capril Deville, deville@guiamaua.com.br )

Compota de cebola
Ingredientes:
2 cebolas médias finamente fatiadas (rodelas)
1 cl de chá de manteiga
2 cls de sopa de açúcar

Preparo:
Em frigideira derreta o açúcar e refogue a cebola até ficar transparente 5/10 minutos. Polvilhe o açúcar e mexa até quase caramelar, 20 minutos aproximadamente. guarneça o queijo e sirva. Bon appétit!