segunda-feira, 14 de março de 2011

Seixo de rio

Cheguei de BH, Casa Branca na verdade, quase incólume, o que é difícil quando se passa um fim de semana comendo fora nas Minas Gerais. E não é que algo me diz desde então que minha digestão ainda está indignada com a farra mineira de frituras que meu amigo Marcelino insiste em dizer não ser mineira, mas carioca, imagina isso?
O barato da fritura é que primeiro a gente olha e se está bonito se inala com toda a força que pulmões muitas vezes asmáticos podem conceber e sobe pelas narinas aquele cheiro convincente de que o trem é bão, e aí fica tarde pra razão e digestão que não têm muito como se defender, recusar um torresmo de tofu, um bolinho de arroz temperado e recheado com um minas do lugar, bem feitim, bem fritim, tudo acompanhado de rodelas de cebola quase adocicadas e empanadas, e depois? Ah, depois vêm pastéis de queijo e orégano, mas graças à Deus veio também quiabo, jiló e abobrinha pra ajudar, mais tarde chegaram farofa e feijão mineiro só pra atrapalhar, a sorte foi a sobremesa fraca e intocada.
Comemos dois dias no mesmo lugar porque mineiro não gosta muito de vegetariano, já se viu recusar um torresmim, um lombim, uma linguicin e um paio bem gordim?
Mas ali, no restaurante onde fomos tinha esses vegetaizins bem fritins...Ô trem!
Acho que engordei o do ano que vem, porque convenhamos que o desse ano já tá bastante comprometido. Se era bom não sei precisar, o fato é que ainda está sendo processado com dificuldade e a lentidão necessária pra alguém que nunca come frituras...Mas fora a comida, o restaurante é bem legal.
Fica na beira de um rio e a gente fica namorando do parapeito as águas barrentas trazidas pela chuva que uma vez limpas deixam a gente ver e até contar cada seixo no meio delas, meio como quem conta estrelas sem muita vontade de acabar porque tem umas mais bem desenhadas do que outras e que se movem rio abaixo com tal graça que se fica hesitante sem saber se vale contar ou deixar pra lá pra não chatear outras,quase cascalhos, prá não ser indelicada.
Hora de almoço esticada, almoço pesado que vai fazer cochilo na hora da aula, o professor não embrabece não, mas bobo é quem perde a profusão de palavras que mornas jorram de sua mente e a tudo confortam e o que não se entende normalmente, aí na casa amarela, cor das minhas próprias paredes, tudo fica bem explicado e trocado em miúdos, tudo bem claro.
A resenha ficou assim, meio enjoadinha, porque um leitor amigo me disse que ia esperar pra ler alguma coisa sobre o restaurante no blog, sinto muito se não deu melhor, talvez na próxima, quem sabe? Ah, em tempo: pra quem não sabe eu sou minerin de BH...