terça-feira, 19 de novembro de 2013

Já não se fazem mais pastéis de feira como antigamente...

Caminhada longa do Leblon até quase Copacabana com intervalos as vezes mais as vezes menos agradáveis. Parei, respirei fundo e o perfume de verdes e frutas da feira orgânica na Praça Nsa. Sra. da Paz me tomou como sempre  faz, mas eu estava mesmo era sonhando com pastel de feira e sem muita certeza se a de hoje seria em Ipanema dei uma parada antes numa lanchonete na esquina da Farme de Amoedo e meio a contra gosto pedi pastel de queijo, custou R$2,50 e não é que tava bom o danado? Já o da feira, hoje era na Pça Gal Osório, apesar da simpatia e da fritura feita na hora custou R$4 e tinha gosto de nada, no fim dele um nadica de queijo borracha e a fritura durou mais de hora dentro da boca que nem o mate com limão bem artificial conseguiu acabar, ossos do ofício...Na volta a delícia inenarrável de entrar na Casa Pedro e engendrar mentalmente muitas receitas inspirada por tantas cores e sabores. Tinha farinha de beterraba, boa pra fazer pão, farinha de grão de bico e berinjela, boas pra fazer um quibe com shitake desidratado em cuja água fica de molho e depois nela se amolece o trigo, aí junta-se hortelã, salsa e cebolinha picados e mistura-se tudo talvez a um pouco de ovo se for para levar pra fritar ou dispensa ovo, unta com azeite e leva pro forno, ah quantidades? Me perdoem quando penso é tudo tão rápido que não consigo pesar...Pode ser recheado com ricota perfumada de ervas ou de coalhada seca caseira(tem receita no blog) e serve quentinho, hummmmm......Chocolates pra cozinheiros, ervas e pós de bruxa, Casa Pedro é uma viagem que vale a pena e essa fica na Visconde de Pirajá onde mais adiante, ainda na Visconde de Pirajá fica um Café, meio casa de vinho, meio delicatessen, vale a pena entrar e fuxicar, lugar muito bem cuidado e tem um segundo andar, acho que chama Grão e Cia, está ao lado da Casa Alberto. Mais adiante uma parada indefectível no super mercado absolutamente lotado e que talvez por causa disso fez surgir nas filas conversas delicadas, um deixa passar na frente, um carrinho guardando lugar na fila, hábito comum entre nós mulheres sempre respeitado, por nós mulheres Muitos homens se enfurecem com essa prática corriqueira e questionam nossos cestos e carros que guardam lugar enquanto corremos para pegar um artigo esquecido, os mau humorados são as vezes mais velhos e compreende-se que embora normalmente aposentados sem nada a fazer de verdade, talvez apenas precisem da segurança de suas casas ou quem sabe reinar um pouco nesse que é o império das mulheres; o supermercado. Dia lindo e quente, caminhada de volta pra casa com peso nos braços e feliz, até amanhã Ipanema, amanhã nos vemos de novo durante a caminhada.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

sanduíches para o chá da tarde





Os sanduíches servidos no chá da tarde são tradicionalmente frios e preparados em pão de forma brancos porque na época em que o chá da tarde foi concebido a farinha branca refinada era mais cara e, portanto, sua utilização mais do que sabor visava status, o que  não impede que ao longo dos anos novidades apareçam nos cardápios na forma de pães integrais e outros e que podem ser confeccionados em casa, comprados em lojas de produtos naturais ou nos supermercados de bairro, mas é preciso cuidado para que sabor do pão não interfira no do recheio, o ideal é que fiquem perfeitamente equilibrados e que todos os sabores possam ser percebidos a cada mordida. Os sanduíches devem ser pequenos e delicados, cortados ao meio ou em quartos e arrumados de maneira harmônica numa torre de doces de três andares ou servidos em pratos individuais e para que permaneçam frescos pode-se envolvê-los em um pano de prato limpo de algodão levemente umedecido ou cobri-los com papel filme; depois de cortados os pães de forma ressecam rapidamente e, por isso o ideal é consumi-los até três horas depois de preparados.


Sanduíche de pepinos

Ingredientes:

Fatias de pão de forma tipo Graham (prefira os já descascados)
1 a 2 pepinos japoneses (sem sementes)
1 pote de queijo aerado cremoso tipo boursin
2 ou3 galhos de cebolinha picada

Preparo:

Lave bem e fatie com a casaca os pepinos finamente na processadora. Retire a casca do pão tendo o cuidado para que as fatias fiquem simétricas e se equilibrem bem, faça poucas de cada vez. Misture bem o queijo a cebolinha picada e passe a mistura em cada fatia de pão, disponha o pepino (que só deve ser acrescentado praticamente na hora de servir porque cria muita água e molha o pão) sobre cada fatia como se fosse uma escama de peixe, cubra com outra fatia e corte ao meio ou em quartos. Sirva em pratos individuais gaurnecidos com um pequeno galho de salsa troncuda ou cerefólio A mistura do queijo pode permanecer na geladeira pelo tempo de validade do próprio queijo se houver sobra.



Sanduiche de agrião

Ingredientes:

Pão de forma de grãos
1 pote de queijo aerado tipo boursin
Folhas de agrião
1 cl de chá de pimenta do reino ralada
Geléia de pimenta

Preparo:

Lave bem o agrião e reserve. Misture o queijo a pimenta ralada e reserve. Numa fatia do pão espalhe uma boa camada de queijo e na outra pincele geléia de pimenta, cubra com bastante agrião a fatia com queijo, sobreponha a outra fatia e corte o sanduiche em 2 partes antes de servir.




Sanduiche de camembert com geléia de jaca


Ingredientes:

Pão integral alemão fatiado
Queijo camembert
Geléia de jaca


Preparo da geléia de jaca

5 a 6 bagos de jaca mole (podem ser comprados em feira livre)
5 a 6 colheres de açúcar
100 ml de água filtrada

Leve ao fogo médio todos os ingredientes e mexa para não grudar, o ponto pode variar de acordo com o gosto pessoal, se quiser um doce mais incorpado mais água e açúcar serão necessários ao longo do cozimento. Utilize depois que esfriar.

montagem :
Se o cammembert veio na latinha leve para assar em forno quente deixando o papel aberto onde galhinhos de alecrim vão ser colocados. Quando for tirar do forno use luvas de borracha e tire o queijo da lata à partir do papele, abra a embalagem completamente e corte triângulos à partir do meio do queijo, cubra apenas uma fatia com o queijo disposto
em camadas como degraus, sirva em prato individual guarnecido com folhas de alface roxa e verde sobrepostas e na lateral 2 ou 3 colheres de sopa da geleia para acompanhar.  






sábado, 12 de outubro de 2013

chefcordonvert: A descoberta do cha -Pan Ku e Nü Wa -

chefcordonvert: A descoberta do cha -Pan Ku e Nü Wa -:   No principio era apenas o caos e a escuridão, o universo era um imenso ovo negro e abrigava em seu interior os princípios feminino ...

A descoberta do cha -Pan Ku e Nü Wa -




 No principio era apenas o caos e a escuridão, o universo era um imenso ovo negro e abrigava em seu interior os princípios feminino e masculino e o espírito de Pan Ku que crescia e tornava-se gigantesco. Por dezoito mil anos flutuaram ao sabor do tempo, até que Pan Ku despertou e vendo-se cercado pela mais negra de todas as escuridões desfechou um golpe violento de machado rompendo o ovo separando o Yin do Yang dando inicio a criação do mundo. O Yang, princípio masculino mais denso e pesado caiu e formou a terra e o princípio feminino Yin mais leve e etéreo subiu como um vapor e formou os céus. Pan Ku o gigante firmou no chão os pés e com a cabeça sustentou o céu, e assim se manteve imóvel entre os dois até perceber que não mais se uniriam em escuridão, então deitou na terra e morreu. De seu corpo emergiu um facho de luz que fez com que seu olho esquerdo saindo da órbita rumasse na direção leste criando o sol claro de todas as manhãs enquanto seu olho direto tomou a direção oeste se transformando na lua e as noites ficaram menos escuras. Seu hálito deu origem ao vento e sua voz forte criou o trovão, de seu corpo imenso levantaram-se as montanhas do mundo e dos fluidos internos desaguaram rios e mares, dos pelos rebeldes surgiram florestas e arbustos que salpicaram as matas e de seus dentes e ossos minerais e pedras preciosas. Seu suor e lágrimas formaram o orvalho e a chuva que se precipitaram sobre a terra enquanto minúsculos seres fugiam de seu corpo para refugiar-se nas matas povoando as florestas. Seus músculos se dissolveram fertilizando o solo que deu origem a Nü Wa, aquela que criou os homens, também chamada de Kuan Yin.
Certo dia caminhando pela Terra observando as montanhas, florestas e animais Nü Wa sentiu-se estranhamente só e pela primeira vez percebeu que apesar de rodeada de tantas belezas não tinha com quem conversar, então foi até a beira de um rio e retirou uma porção de lama com a qual moldou uma pequena criatura. Quando terminou e pousou a figura no chão ela ganhou vida e feliz com o resultado Nü Wa tomou um cipó desfiado que mergulhou no barro e sacudiu várias vezes, de cada uma das gotas que se desprendeu da planta surgiu uma figura a quem chamou de humano, Nü Wa reproduziu centenas de humanos e satisfeita descansou. Ao despertar e retomar suas andanças pelo mundo reparou que alguns humanos haviam envelhecido enquanto outros jaziam inertes, percebeu que se quisesse ver o mundo constantemente povoado não poderia jamais descansar, então foi até o templo de Pan Ku e pediu permissão para que os humanos se reproduzissem entre si e assim mantivessem a Terra populada. 
Depois de Nü Wa vieram os senhores da Terra; Fu Hsi o Pai da Escrita e primeiro imperador da China que deu início a pesca e a caça e Shenung o Divino Lavrador, imperador que criou a agricultura, a medicina e descobriu o chá. 
(extrato do livro Viagem ao Mundo do Cha-TaoTe Cha )

domingo, 8 de setembro de 2013

Ah biscoitos......



Do latim biscoctu, que significa duplamente cozido os biscoitos foram em algum momento confeccionados com pedaços de bolo que postos para assar uma segunda vez ficaram crocantes, mas essa não é a receita original cujo crédito parece ser persa, ainda que haja evidências de biscoitos mais antigos produzidos na China, India e África.
Os biscoitos foram inicialmente produzidos com farinha rústica e cereais, em alguns países eram acrescentadas nozes e frutas ou mel para adoçá-los, de fácil transporte e alimentício eram favoritos entre os tripulantes das naus portuguesas que se deslocavam para o novo mundo entre os séculos XV e XVI , o padre Raphael Bluteau refere-se a eles no seu Vocabulário português e latino, como pães do mar. A cada marujo ou soldado cabia na época o equivalente a 28 arrateis (1 arratel= 428 gramas) de biscoitos como ração mensal.
Aquilo que foi concebido como pão pelos povos antigos e cuja confecção era basicamente uma mistura de grãos e água era dura de engolir, mas foi o provável protótipo dos primeiros biscoitos que nas mãos dos egípcios ganharam desenhos e formatos variados além de ostentarem marcas especiais quando dedicados a aristocatas, a fabricação era trabalho de escravos contratados por períodos de horas ou mesmo semanas para produzi-los e a arte passada de pai para filho.
A primeira receita documentada de biscoito foi encontrada no século XVIII pelo erudito Amadio Baldanzi num antigo manuscrito hoje preservado na cidade de Prato, Itália, era a primeira receita dos famosos biscotti di Prato que na moderna Itália são conhecidos como cantuccini, muito secos tradicionalmente vêm acompanhados por uma bebida na qual são mergulhados, na Itália são servidos como sobremesa depois de farto jantar acompanhados de uma aguardente toscana chamada vinho santo, fora da Itália, no entanto, os cantuccini acompanham cafés e chás.
Em meados do século XVII o biscoito era um sucesso na Europa e com o evento de novas refeições a Inglaterra criou um mercado não apenas produtor, mas consumidor; foram fabricados no país biscoitos para todos os gostos e cujo excedente era exportado para as colônias. Como colônia ainda não industrializada os Estados Unidos não tinham maquinário para fabrico próprio, mas perceberam rapidamente que o consumo interno valia a importação de máquinas inglesas e aos poucos os americanos não apenas produziram peças para reposição, mas criaram suas próprias máquinas formando uma das mais ricas e poderosas indústrias americanas e assim o biscuit inglês foi rebatizado de cookie (do holandês koekie ou bolinho). Os biscoitos se confundem com a história da confeitaria desde os primeiros registros doces, embora para os padrões atuais nem fossem muito doces, chegaram a Europa durante a conquista muçulmana da Espanha e da cozinha real pularam para o tabuleiro dos ambulantes e depois para\as grandes fabricas.
O biscoito como o conhecemos formulado com manteiga, açúcar, cremes e flavorizantes só apareceu no século XVIII e apenas em 1875 o primeiro cortador metálico foi criado e patenteado por Alexander Ashbourne, o que revolucionou a indústria de biscoitos que passou a fabricar e distribuir em larga escala.
Conta-se que o biscoito da sorte nasceu no período em que a China foi invadida pelos mongóis. Durante a luta pela libertação os chineses teriam criado grandes biscoitos na forma de meia lua dentro dos quais seriam colocados mapas e mensagens a serem trocados entre generais articuladores da libertação chinesa e que tempos mais tarde o biscoito, apesar da mudança na forma, teria se tornado uma  tradição para lembrar o povo chinês de sua luta e consequente libertação do domínio de Gengis Khan e seu exército.
A verdade é que apesar da bonita lenda os biscoitos foram criados em 1909 na Califórnia, mais precisamente em São Francisco, pelo imigrante japonês Makoto Hagiwara dono de uma casa de chá, como uma inovação criativa para oferecer a seus clientes.

Fortune Cookies (biscoitos da sorte chineses)

Ingredientes:

3/4 xc de farinha de trigo
½ xc de manteiga derretida
1 xc de açúcar de confeiteiro
1 pitada de sal
3 claras ligeiramente batidas
½ cl de chá de extrato de baunilha
½ cl de chá de extrato de amêndoas
tiras de papel com mensagens

Preparo:

 Forno a 180º C. Com fouet (batedor de arame) misture todos os ingredientes até obter uma massa homogênea e consistente. Os biscoitos devem ser feitos individualmente ou no máximo dois por vez, porque o formato se consegue com a massa morna, quase quente, e são dobrados com o uso de luvas. Use papel manteiga sobre forma ou manta de silicone e com uma colher de chá faça círculos de aproximadamente 10 cm. Asse por 4 ou 5 minutos ou até que os biscoitos estejam dourados por inteiro, retire com uma espátula, coloque a tirinha e dobre o biscoito em formato de pastel, depois aproxime as duas pontas. Se quiser que fiquem brilhantes, passe os biscoitos como o auxílio de pinça culinária em uma mistura de clara em neve batida com açúcar de confeiteiro.