domingo, 22 de julho de 2012

Comida de pubs e feiras livres na Inglaterra



O verão na Inglaterra é o mais fraco dos últimos anos, as temperaturas em torno dos 15 estimulam a chuva fraca e constante e os dias cinzas convidam a ficar entre quatro paredes. Mas de quando em vez uma nesga de sol e uma pontinha de calor aparecem e como é sábado os mercados de quinquilharias e de comida pululam! Agarrei a segunda opção e depois de muitos minutos na fila o 71 chegou para nos deixar em Staines que é uma cidadezinha muito simpática nos arredores do aeroporto de Heathrow.
Basta um pouco de sol e todos se cobrem até as raízes dos cabelos claríssimos de filtro solar, 50 pelo menos, para desnudar braços e pernas ao sabor de um possível calor. Desde sempre o assunto clima é o favoritos dos ingleses para puxar conversa e hoje, no trajeto do ônibus não foi exceção, contentes porque o dia começa mais cedo e termina mais tarde são capazes de extravasar sua felicidade com estranhos que se sentem ao seu lado por mais de cinco minutos no ônibus, talvez os londrinos sejam mais fleumáticos e resistentes a esse tipo de coisa, mas no interior as pessoas são dadas a essas pequenas intimidades. O trajeto é curto e logo estávamos na porta do shopping Center que leva a rua principal onde barracas estavam montadas, as feiras ao ar livre são uma tradição na Inglaterra desde que o escambo existe, são as mães das quitandas e supermercados que apareceram mais tarde, algumas ainda guardam uma despreocupação com a higiene que se um dia infestou e matou populações inteiras, hoje pode causar uma desinteria ou mal estar passageiro no máximo, observei a moça guardando com luvas descartáveis meu pão num saco e com as mesmas luvas pegou meu dinheiro e me deu o troco... Se o pão estivesse tão saboroso quanto estava bonito teria valido a pena, mas da mesma maneira que o cheese cake de aparência linda, estava duro e insosso, enfim a gente guarda na memória delícias que já não se repetem. Na tentativa de diminuir a frustração o jantar foi num pub, a sigla para “public utility bar” bar de utilidade pública, quase uma ONG, rs. O Pheasant é um lugar muito simpático, também nas redondezas de Heathrow onde se come uma verdadeira comida de pub. Muito farta, típica e com combinações inusitadas que apenas os ingleses podem pensar em fazer as quais confesso, terminei me acostumando ao longo dos anos, mas nem sempre aderindo. As massas vêm geralmente acompanhadas de salada e batatas fritas, a intenção é produzir pratos com “sustânça”. Minha lasanha vegetariana, claro, veio com salada e batatas fritas que belisquei porque as batatas inglesas são imbatíveis em qualquer formato, tudo acompanhado de amigos queridos e uma garrafa gelada de Sancerre, ou seja: melhor impossível. A sobremesa é sempre mais elaborada do que se possa imaginar para um pub, pedimos creme brulée com morangos e um baked Alaska que veio acompanhado também de morangos firmes, doces e suculentos, no auge da estação. Algumas fatias de chedar e pão de grãos orgânicos mais tarde estou de malas prontas para voltar.
Próxima parada, Recife, vamos ver o que encontro de novo por lá.
Bon appétit!