sexta-feira, 22 de julho de 2011

almoço de sábado

Esfriou de novo e a chuva dá vontade de a gente ficar em casa abrigado refém de um vinho carmenére da Caliterra (Chile), um creme quente de raízes e uma quiche de queijo de cabra com salada de folhas variadas ao vinagrete de maracujá, e antes que a preguiça bata o bom é ir ao super mercado e garantir tudo pro almoço de sábado, vale uma mousse de chocolate diet pra fechar o almoço não vale?
O queijo cremoso de cabra é ultra versátil como base para receitas doces e salgadas e pode ser preparado em casa, com muito carinho e cuidado porque o leite de cabra é temperamental e de repente quando a gente acha que ia dando tudo certo ele desanda e a receita vai por água abaixo...Tem sempre o do Capril de Ville, queijo orgânico saboroso pra ser comprado no mercado ou entrando em contato com www.caprildeville.com.br/ , vantagens é que não faltam nos laticínios produzidos com leite de cabra, 30% menos no teor de gordura e colesterol e de muito mais fácil digestão do que o leite de vaca, quando é orgânico o gosto e cheiro são mais suaves dando aos outros ingredientes igual oportunidade de estrelato, dito isto corra ao supermercado antes que a chuva caia com vontade e mãos à obra, bon appétit!

Creme quente de raízes (para dois)

Ingredientes :

2 cenouras
1 batata inglesa grande
1 batata doce
sal
1 dente de alho
azeite
200 ml de água
Preparo:
descasque e corte em pequenos cubos cenouras e batatas, pique bem o alho, refogue no azeite, acrescente os legumes, o sal e ferva em fogo brando. Assim que os legumes amaciarem desligue o fogo e tampe a panela por 5 minutos para que terminem de cozinhar sem amolecer. Processe, cheque o sal e sirva.

Quiche de queijo cremoso de cabra e tomatilhos e ervas (página 119 do livro)

Ingredientes para a massa
200gr de farinha de trigo
50gr de farinha integral
1 punhado de gergelim
125gr de manteiga gelada
2 cls de sopa de água
sal a gosto

Ingredientes para o recheio

2 a 3 xcs de queijo cremoso de cabra
2 xícara (chá) de leite
3 ovos
100 g de queijo parmesão ralado
Tomatilhos(cereja, pêra ou uva)
Manjericão ou orégano fresco
Modo de Preparo
Abra a massa em uma fôrma redonda de 20 cm de fundo removível.
Bata bem os 4 primeiros ingredientes com um fouet e em seguida despeje na forma. Adicione os tomatilhos e manjericão ou orégano com cuidado.
Leve ao forno para assar por 30 minutos ou até que fique dourada. Retire a quiche do forno e sirva quente ou em temperatura ambiente.

Salada de folhas

Escolha folhas orgânicas como alface frisée, rúcula, agrião,mostarda, etc...

Vinagrete de maracujá

Ingredientes:

2cls de sopa de maracujá natural concentrado
40 ml de azeite de oliva
Sal e pimenta ralados
1 cl de chá de mel

Preparo:

misture bem com um mini fouet ou garfo, aplique.

Mousse de chocolate diet

Ingredientes:

1 tablete de Amaro picado
200 ml de creme de leite gelado e dessorado
2 claras batidas em neve
2 cls de chá de gelatina em pó transparente, reidratada e aquecida
2 gotas de baunilha

Preparo:

derreta o chocolate e o creme de leite em fogo brando, antes que o chocolate esteja totalmente derretido,desligue o fogo e continue mexendo até obter uma mistura homogênea. Junte bem a gelatina já quase fria,a baunilha e por último e com cuidado as claras,leve para gelar por 2 ou 3 horas e sirva.

domingo, 17 de julho de 2011

Minhas Tardes com Margueritte

Minhas Tardes com Margueritte (La tête en friche) de Jean Becker.

Noite fria no Rio, lua cheia, e chegamos ao filme programado no Laura Alvim, pouca fila e o filme já vai dizendo adeus do cartaz e não se pode deixar de ver...Gerard Depardieu fabuloso e sua companheira de cena, ah a doce Margueritte, assim mesmo com dois ts... Que economia de gestos e quantos olhares sem nenhum ou quase nenhum trejeito que traísse aquilo que nos esperava... Narrativa de poucos cenários e pouquíssimos atores engolindo às vezes letras até a morte, completando lacunas das cruzadas do jornal a esmo ou ouvindo páginas de livros cumprir seu papel, narrando como a vida passa ao largo, indiferente e além do nosso controle. Palavras, palavras, palavras, algumas que não se encontram em dicionários ou são complicadas de achar ou mal explicadas e que das estações do ano não entendem nada e nem sabem nada sobre frutos realmente, apenas dão vaga idéia de significados daquilo que pode ser qualquer coisa, mas sempre falta...
Um único tomate jogado entre suas páginas e explicação vaga do pomo d’oro e mais nada, onde já se viu, apenas uma qualidade de tomate? No mínimo ofensivo para italianos que cultivam esse fruto como se fossem da própria família tal o amor dedicado, mas certamente na Itália os dicionários se ocupam muito mais deles, os tomates.
E assim, durante as tardes, sentados num banco de praça os dois conferem os pombos, dezessete ao todo, nomeados de acordo com suas personalidades, é claro, e um sentimento improvável e delicado aflora em pequenos bocados, um flerte não com a frieza dos dicionários, mas do tipo que não tem palavras e nem necessariamente diz eu te amo. Filmes assim merecem sopa de tomates bem temperada, para ser degustada com Caliterra cabernet sauvignon e um pão branco básico (página 60 do livro Da Colheita Para a Mesa), recheado quem sabe, com muzzarela e pesto (página 55 do livro ainda do mesmo livro), então segue a receita, bem fácil, bon appétit!

Sopa de tomate italiana

Ingredientes:
8 a dez tomates pelados (dica para pelar na página 56 do livro, as sementes podem ficar)
3 ou 4 dentes de alho
5 ou 6 galhinhos de orégano desidratado
1 ½ cl de sopa de azeite
Sal
1 cl de sopa de vinho tinto
5 cls de sopa de creme de leite gelado e dessorado (opcional)

Preparo:
Refogue o alho no azeite até quase queimar, junte os tomates e cozinhe em fogo brando por 15/20 minutos, mexendo a cada quanto, junte os galinhos de orégano, o vinho e o sal, desligue o fogo deixe esfriar apenas um pouco e processe. Antes de servir se quiser acrescente o creme de leite, um fio de azeite e guarneça com um galhinho de orégano seco.

capuccino de shitake

Eu sou suspeita quando o assunto é shitake, na verdade adoro todas as variedades de fungos frescos ou desidratados, mas confesso que o shitake é meu favorito, não é chamado de elixir da vida à toa, são muitas as propriedades atribuídas a ele, vale à pena dar uma passeada pela internet para provar o que a ciência tem descoberto ao longo dos anos e de que maneira esse cogumelo saborosíssimo pode ser aproveitado no seu melhor ângulo. O inverno no Rio é curto e daqui a pouco se acaba, assim que vou botar na mesa o capuccino de shitake que servi no lançamento do livro e no último evento aqui em casa, a receita é bem simples como é em geral tudo o que faço. A idéia principal é deixar que o alimento diga ao que veio e acrescentar muito pouco a ele, um pouco de pouca coisa é o bastante e não esconde as verdadeiras características de um alimento, alguns cheio de personalidade, outros nem tanto, mas são exatamente tais características que tornam a combinação e a harmonização um atrativo para todos os sentidos. Os fungos desidratados do Chile têm custo/beneficio sensacional e às vezes podem ser encontrados nos Hortifrutis do Rio de Janeiro, se ficar difícil encontrar o shitake use porcini, quanto mais personalidade tiver o cogumelo escolhido, mais marcante vai ficar o sabor do caldo, use apenas os desidratados nessa receita que se harmonizam excelentemente bem com um reserva da Casa Silva carmenére e o pão rústico integral da página 61 do meu livro e da Letícia Braga “Da Colheita Para a Mesa” , quem sabe antes de fechar o inverno fazemos um curso das possibilidades com os diversos tipos de champignons? Aceito propostas! Bon dimanche et bon appétit!

Capuccino de shitake

Ingredientes:

½ pacotinho de shitake desidratado (10gr aproximadamente)
½ copo de água filtrada (150/180 ml)
½ copo de leite desnatado (150/180 ml)
300 ml de creme de leite gelado e dessorado ou 1 receita de boursin (página 59 do livro)
Sal à gosto
1 cl de chá de xerez (opcional)
1 cl de chá de shitake ralado ou processado, misturado a 1 pitada de canela em pó


Preparo:

Limpe bem os shitakes com papel toalha e numa peneira enxágüe levemente com água filtrada. Reidrate em fogo brando nos 150/180 ml de água e tampe a panela por 15 minutos para apurar o sabor, acrescente o leite e deixe ferver apenas, junte o xerez, desligue o fogo e tampe a panela por outros 10/15 minutos. Acrescente o creme de leite, misture bem os ingredientes e processe o creme, cheque o sal e peneire. Quando for servir aqueça em fogo brando e desligue antes da fervura para que o creme não se separe e coagule, se isso acontecer, passe pela peneira uma vez mais e mexa vigorosamente ou processe o creme outra vez. Sirva em xícaras salpicando o pó de shitake com canela.