sexta-feira, 15 de abril de 2011

O pão nosso de cada dia

Surgiu possivelmente na Mesopotâmia (atual Iraque) junto com o plantio de trigo. Acredita-se que na época era consumido numa mistura de trigo e outros cereais e que depois virou mingau e mais tarde possivelmente um pão muito duro e amargo que passava por diversas lavagens (refino muito primitivo) para diminuir um pouco de seu amargor antes de ser levado para secar ao sol e depois ser assado, com certeza um pão muito pesado e de difícil digestão.
Do pão que o diabo amassou ao ‘se não têm pão que comam brioche’ são muitos os provérbios proferidos e inventados e é possível mesmo retratar períodos históricos quase com precisão pelo tipo de linguagem e valores utilizados na associação do pão com a vida cotidiana. Os tipos de cereais usados, a forma de fermentação, a modelagem e os tantos implementos utilizados na confecção de pães falam da ‘evolução’ de sociedades através dos tempos. O pão nosso de cada dia é quase um cronista social no sentido de relator de costumes.
Como hoje é sexta-feira, véspera de sábado queria falar um pouco de um pão de sexta-feira ou shabat, a Chalá.
O pão relata a estória do povo judaico desde os primórdios e com freqüência é usado para se referir a alimento em vários trechos da Torá (Pentateuco).
A Chalá do Shabat é uma representação de dois milagres: o milagre do Maná que é evocado quando faz-se a bênção sobre duas Chalot inteiras; enquanto que o intricado número de tranças de cada Chalá - seis, perfazendo um total de doze- traz à memória o milagre dos pães no Templo.
O milagre do maná diário aconteceu quando os judeus se encontravam no deserto, depois de deixarem o Egito. Não havia o que comer além do pequeno suprimento de pão ázimo (matzá) que conseguiram guardar às pressas antes de fugirem e que não durou muito. Reza que D’us então mandou todas as noites uma porção individual de Maná do céu, na forma de pequenas gotas de orvalho e que ao amanhecer quando eram recolhidas pareciam estar ‘ensacadas’, daí o costume da chalá ser colocada em um prato e depois coberta. Na sexta-feira a porção era dobrada já que no Shabat terminada a jornada semanal de trabalho não era permitido carregar nada do campo para a casa. E assim tradicionalmente, como reconhecimento dessa benção, são servidas e abençoadas duas chalot antes do início das refeições de Shabat e Yom Tov.
Quanto ao milagre dos 12 pães ou lechem hapanim conta-se que no Templo Sagrado na terra de Israel havia diferentes utensílios para a prática religiosa, além da Mesa, que representava as necessidades físicas dependentes da Graça de D’us e que tinha 12 prateleiras abertas, cada uma representando uma das doze tribos de Israel.
A cada sexta-feira os Cohanim (sacerdotes) assavam doze pães que trocavam por outros assados na semana anterior, e que mesmo depois de tanto tempo ainda permaneciam frescos e quentes e eram comidos por eles no Shabat.

E tomarás flor de farinha de trigo e cozerás dela doze tortas; de duas décimas partes de ´efá`será cada torta. E as colocarás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa pura diante do Eterno.”(Levítico/Emor- 24:5)


CHALÁ

Ingredientes

1 pacotinho de fermento biológico instântaneo
1/4 xc de açúcar
1 cl de sobremesa de sal
2 ovos e 1 gema
½ xc de manteiga
½ l. de água
400/500gr de farinha de trigo
½ xc de papoula/gergelim

Preparo:

Misture o sal, os ovos, a manteiga e a água. À farinha junte o fermento e vá aos poucos misturando aos líquidos até obter uma massa compacta. Sove em movimentos circulares, passe farinha por cima da massa e deixe numa vasilha tampada até dobrar de volume. Passadas mais ou menos 2 horas divida a massa em 2 pedaços e cada pedaço deve ser dividir em três ‘cobrinhas’ para trançar. Depois do pão trançado pincelar com uma gema e salpicar com papoula ou gergelim, levar para assar em tabuleiro em forno médio pré-aquecido por 20/30 minutos. Esfriar em grelha fria antes de cortar.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Receita prometida/almendrado

Esse é um almendrado mais estilizado, com as características do original, porém acrescido de algumas pequenas mudanças. Um dos convidados para o jantar improvisado em Buenos Aires contou que essa é uma de suas sobremesas favoritas e que antes não tinha provado almendrado tão saboroso... Se como no meu caso sua sobremesa tem que ficar pronta em tempo recorde, pule a confecção do sorvete e compre um sorvete de creme ou de baunilha de boa qualidade, deixe fora da geladeira até que amoleça, porém não deixe que se desmanche e siga as etapas seguintes de mistura até colocá-lo na forma para ir ao freezer.

Almendrado portenho

Para o sorvete:

Ingredientes:

1 tablete grande de chocolate branco(170/200gr)
1 lata de creme de leite
1 cl de chá de essência de baunilha
1 cl de chá de essência de amêndoas

Preparo:

Despeja o creme em uma panela, pique o chocolate e mexa a mistura em fogo brando. Quando o chocolate começar a desmanchar desligue o fogo e continue mexendo até obter uma mistura homogênea. Deixe esfriar. Misture bem a baunilha e a essência de amêndoas. Se tiver uma sorveteira despeje nela a mistura e deixe bater por 20 minutos, depois leve ao freezer.

Preparo para a praline/crocante de amêndoas

1ª fase- Descascando as amêndoas

1 bom punhado de amêndoas (70/80 gr)
Água suficiente para cobri-las

Coloque a água numa panela até levantar fervura, acrescente as amêndoas e deixe ferver por um minuto. Escorra em peneira antes de passar por água fria. Retire a pele das amêndoas esfregando-as com a ponta dos dedos. Deixe secar sobre pano de prato antes de usá-las
2ª fase Preparando a praline

2 xcs de açúcar branco
Amêndoas peladas picadas grosseiramente

Leve o açúcar ao fogo brando sem mexer, quando começar a ferver mexa e se empedrar não se assuste, o calor vai caramelar todo o açúcar até que fique dourado.
Faz-se uma calda de caramelo tipo pudim, meio puxa e aí adicionamos as amêndoas antes que esteja completamente fria, antes de endurecer totalmente corte em pequenos pedaços desiguais essa calda dura et voilá la praline.

Dando forma ao sorvete

Misture ao sorvete a praline ( se for o industria lembre de acrescentar as essências), espalhe um pouco de óleo em uma forma de assar pão e despeje aí a mistura, prove para ver se é necessário acrescentar mais essência de amêndoas para apurar um pouco o gosto, cubra com papel filme ou coloque a forma dentro de saco plástico bem vedado.Leve ao freezer por no mínimo 3 horas.

Calda quente de chocolate

Ingredientes:

1 tablete grande de chocolate meio amargo (170/200gr)
1 lata de creme de leite gelado e dessorado
2 cls de sopa de conhaque

Preparo:

Pique o chocolate, junte ao creme e leve a derreter em fogo brando até que amoleça, desligue o fogo e mexa bem até dissolver todo o chocolate. Essa calda pode ser pré-preparada e reaquecida na hora de servir. Se for usar conhaque acrescente apenas quando for servir (depois de aquecer a calda).

Servindo o almendrado

Desenforme o sorvete passando uma faca pelas laterais e coloque-o sobre superfície firme para ser cortado em fatias. Disponha em um prato de sobremesa uma fatia e sobre a metade dela o chocolate quente et bon apetit!




A essência de amêndoas pode ser encontrada nesse site: http://www.proplastik.com.br/produto.aspx?categoria=4&secao=178&hassubsecao=true&subsecao=316&produto=2451
por um preço bastante barato, mas vale sempre a máxima de que tudo o que é preparado pela primeira vez deve ser experimentado antes de ser servido oficialmente, a essência que uso normalmente é estrangeira (em geral todas são) e tem gosto suave.