quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mi Buenos Aires querido…

Eu adoro Buenos Aires e procuro ir pelo menos uma vez a cada ano, no máximo a cada dois. Do que gosto? Primeiro de rever meu amigo querido de mais de 30 anos, depois de comer boa comida e degustar bom vinho e mandar pro espaço a dieta recém começada sem qualquer sentimento de culpa, mas graças a Deus segunda feira já está próxima.
Buenos Aires entre outras coisas tem muito espaço aberto e claro, parques bem cuidados e é dona de uma arquitetura clássica que conforta os olhos e faz pensar que se está em Madri ou em Roma, menos apertadas.
Os argentinos gostam de comer bem e tem um carinho todo especial pelas confeitarias onde fazem diversas paradas por dia para lanchinhos ou um café que vem sempre acompanhado de água com gás e às vezes algum biscocholo. Mudaram a estrutura dos cardápios que hoje acomoda um pouco de tudo, já não é mais a confeitaria clássica é verdade, mas preserva sobretudo um elegante olhar portenho.
Ontem para o café da manhã sentei de frente para um parque,debaixo de um céu aberto e azul depois de conferir as medias lunas con manteca (croissants doces) sobre o balcão de mármore e namorar as tortas no aparador de cristal na pequeníssima e charmosa confeitaria do Jardim do Museu Argentino, um friozinho perfeito acompanhou o café duplo cremoso. Dias antes, na segunda à tarde, fui ao Museu Evita Perón que infelizmente estava fechado, o que não me impediu de sentar no Café e beber uma limonada deliciosa temperada com gengibre e desfrutar da tarde quase fresca e ensolarada depois de bater uma perna inevitável, há lindas avenidas arborizadas de construções baixas e dá gosto caminhar sem intenção alguma de chegar a qualquer lugar.
Belisca-se o dia todo gostosuras diferentes em todo lugar e sobra pouco espaço para almoço e jantar, mas da próxima vez suprimo os lanchinhos e parto direto ao que interessa. Bom, um pouco para minha surpresa dessa vez fui não só pra comer e bebericar, mas pra cozinhar pra gente importante que apesar dos cargos ocupados transbordaram simpatia e simplicidade durante o jantar. A conversa foi longa e animada e apesar de ter sido uma coisa pouco combinada e arranjada quase de última hora, o bom vinho e o bom papo temperaram o que por acaso tenha faltado.
Na cozinha, enquanto a água do macarrão fervia um dos convidados, ilustre, sentou-se pra conversar e o assunto foi sobre orgânicos, principalmente sobre tomates e pimentões que muitas vezes são alvo de agrotóxicos carregados de mercúrio, aquele do termômetro que nunca se desfaz...
No Carrefour onde fiz as compras nenhuma folha orgânica, o que para o meu gosto fez a salada ter aparência bonita, mas gosto a nada que um bom malbec não pudesse remediar. Assim que seguimos com as folhas ornamentadas por tiras de pepinos, chévre ao orégano com vinagrete de laranjas e cebolinhas picadas. Couscous marroquino com ratatouille foi o primeiro prato seguido por fusile com molho cremoso de xerez e shitaque. Fechamos a noite com um almendrado na calda quente de chocolate que é uma sobremesa gelada típica da Argentina e que com praline feita em casa dá um resultado bastante razoável.
Na próxima viagem já me encarreguei de visitar restaurantes com comida vegetariana e almoçar, por enquanto é só. Amanhã passo em vista uma das receitas pra postar.