sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Doce que não engorda

Carboidratos, fibras, vitaminas e minerais ficam mais concentrados nas frutas secas e a mistura delas reidratadas, com 1 ou 2 pauzinhos de canela, 1 cravo,1 pitadinha de sal ou 1 pacotinho de açúcar orgânico já produzem uma sobremesa docinha que pode morar na geladeira por um longo tempo saciando aquela fome de doce que ataca de vez em quando e deixa resultados amargos e dobras sem fim no corpo da gente.
Pode-se usar apenas uma ou a mistura de várias frutas secas e também frescas e acrescentar ao aferventar 1 ou 2 colheres de sopa de vinho do porto ou 1 de vinho branco de colheita tardia e para acompanhar um sorvete de creme talvez ao conhaque ou então rechear massa folheada ou massa filo ou tartelettes simplesmente. Vão bem nas saladas de frutas ou acompanhando pratos salgados, ficam deliciosas misturadas a queijo cremoso de cabra e produzem uma farofa poderosa! Ficam lindas se bem arrumadas dentro de gelatinas semi-transparentes ou usadas em receitas de crumble, quentinhas.
Secas como a gente compra muitas vezes causam gases, mas levemente cozidas são de fácil digestão. São as precursoras das barrinhas atuais com a possível vantagem de serem mais alimentícias e naturais, sem os tantos aditivos que ocupam quase um rótulo inteiro. A forma de compota foi a maneira que nossos ancestrais, predominantemente nos climas frios, encontraram de conservar o excedente da colheita de frutas e ter alimento saudável ao longo do ano.O açúcar não era um produto barato como hoje, e como a maioria dos alimentos/condimentos inacessíveis trazidos de além mar era vendido a preço de ouro pelos descobridores europeus; primeiro foi usado como remédio freqüentando as casas reais apenas e depois a preços menores como adoçante regular. No caso do açúcar de cana brasileira terminou saindo mais barato levar da colônia que usava mão de obra escrava para moagem e refino do que fazer uso do açúcar de beterraba produzido na Europa de custo altíssimo para a extração e com potencial adoçante bastante inferior. Assim, na falta de açúcar propriamente dito as manhas para a produção de compotas eram segredos passados de mãe para filha que conheciam as propriedades adoçantes de algumas frutas e legumes e a técnica, hoje tão banal, para que a compota não embolorasse, azedasse ou apodrecesse guardada por mais de uma temporada em dispensa fechada. Somos aquilo que ingerimos, sem qualquer sombra de dúvidas e instintivamente sabemos o que é mais saudável e melhor para nós o que não significa abrir mão do sabor senão às vezes moderar um pouco o excesso, e se açúcar é preciso eu recomendo o Native orgânico, dá uma olhadinha no site http://www.nativealimentos.com.br/, bom fim de semana!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

As estrelas do Michelin

O dia começou com uma neblina grossa e surpreendente para a época do ano, o fog tomou conta da cidade, mas algumas horas depois o sol abriu e soprou uma brisa apenas fresca. De repente depois do primeiro frio da manhã uma emergência em despir toda a lã sobreposta e desnecessária e aproveitar o outono quase quente com uma floração primaveril tardia. Kings Road é a meta e o The Botanist o restaurante. Já escrevi no blog sobre ele, sacrilegamente nos últimos tempos foi guardado numa segunda gaveta e substituído pela vã função de novas aventuras gastronômicas em Londres.
A distância às vezes faz coisas que o paladar agradece, e assim depois das últimas frustrações o retorno foi necessário e pródigo confirmando que adentrávamos um restaurante de verdade, desses onde da água ao café nenhuma vírgula pode ser acrescentada, tudo no lugar certo, na hora certa, de paladar correto e apurado e visual irretocável.
Se tem estrelas do Michelin eu não sei, e prefiro nem perguntar porque os dois últimos estrelados onde comi custaram muito dinheiro e não me disseram absolutamente nada, fiquei envergonhada de comentar afinal entre minha opinião e as estrelas Michelin...
Eu vegetariana me fartei num creme quase espuma de aipo trufado regado com um fio de azeite de trufas e em seguida comi uma salada quente de girolles com mini cenouras, parsnips (que são parentes da cenoura embora brancos) laminados e fritos em pouquíssimo óleo, rabanetes cozidos no vapor em tempero muito suave e castanhas levemente açucaradas. De sobremesa uma esponja de figos com levíssimo creme caramelo e tudo regado a Chardonnay do sul da França estupidamente gelado. Degustação feita em companhia de minha amiga Daniela, muito elegante, que gemia enquanto comia um risoto de frutos do mar al dente acompanhado de lulas crocantes em parmesão que não provei, mas pude ver o bonito conjunto e sentir o aroma do prato, além, é claro, de escutar seus ais durante todo o almoço! De sobremesa ela pediu um petit gateau recheado de frutas vermelhas acompanhado de sorvete artesanal de morangos envolto em finíssimo biscotti. A conta foi bastante razoável, o serviço impecável e o expresso bem quente, o que atualmente é raro, já que muitas máquinas mais modernas se recusam a “queimar” o pó do café com água excessivamente quente. Saindo de lá uma passada imprescindível pelo mercado gourmet do Harvey Nichols, vontade de levar todas as novidades não faltou, mas me bastou um vidrinho de azeite de trufas brancas que estão na estação e levantam o moral até mesmo de um simples miojo quentinho.
Bom depois de um mês batendo perna à porta de mesas estreladas Michelin que me perdoe, mas vou ser bastante mais parcimoniosa na hora de contar estrelas, dito isso eu e Daniela já temos almoço agendado em Niterói no restaurante do museu, comi uma vez lá logo depois que abriu e gostei muito de tudo o que vi e comi.
Dou notícias durante a semana e alguma receita legal! Bon appetit!