quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Orgânico mais barato é possível e viável!

Acabei me enrolando um pouco e quando consegui chegar na feirinha orgânica do Leblon já muita coisa não sobrava, paciência...Fui para visitar as verduras e legumes da Fazenda Constância Orgânicos que tem o sistema “Escolha e Colha” para ter uma prévia dos produtos antes de ir visitar em Teresópolis, o pouco que tinha estava lindo, mas nem tive tempo de comprar, fica para a quinta feira que vem. Dito isto, esbarrei dois passos mais à frente com um tabuleiro cheio dos orgânicos industrializados e um vendedor prá lá de simpático e cheio de informações já explicava a uma senhorinha sobre farinhas, iogurte, e os grãos variados e bem acondicionados e bonitos de se ver e cheirar na vitrine ao ar livre e constatar como na feira os orgânicos são tão mais baratos que nas redes de mercados de bairro, a diferença é mesmo escandalosa!
Na visita que fiz ontem ao supermercado novo do Leblon onde existe uma boa variedade de produtos orgânicos, as farinhas branca e integral variavam entre R$11 e R$13 o quilo, enquanto o feijão quase R$15! Na feirinha a farinha branca a R$3,50 já tinha acabado e a integral custa R$3, enquanto o meio quilo de feijão está em torno de R$5, não tive tempo de preçar mais nada porque já em cima do laço para um compromisso não pude mais parar, mas volto semana que vem com caneta e bloco para anotar tim-tim por tim-tim e aí fica mais fácil comparar e dar uma força para que esse commodity não se vá, porque para gente como eu que não dirige é necessário trabalhar uma logística e tanto para chegar nesses sítios, tão melhor eles chegarem até nós...Talvez seja possível ou quem sabe já é o que acontece, se encomendar nessas barraquinhas a feira semanal pessoal ou mesmo coletiva entre amigos e assim o beneficio é geral e talvez se aplique algum desconto maior devido ao volume de compras...Não custa conversar...
Para fechar essas linhas recomendo a edição de dezembro da revista Vida Simples que traz artigos esclarecedores e muito bem escritos e pesquisados sobre o assunto alimentação orgânica, vale à pena comprar. Há citações interessantíssimas do chef René Redzepi da Dinamarca, cujo restaurante foi eleito o melhor do mundo pela influentíssima revista inglesa Restaurant, “não existe conflito entre uma refeição melhor e um mundo melhor” dispara o chef, também do açougueiro italiano Dario Cecchini de uma linhagem de açougueiros de Panzano in Chianti, “ aprendi que é uma ato de respeito com o animal que foi morto aproveitar toda a carne”, assim a gente pode ver que aqueles que comem carne não são necessariamente seres insensíveis, apenas educados como fomos todos quando pequenos a comer carne. Alguns de nós já viraram essa página, outros ainda não, e talvez nem virem e isso não faz de nós vegetarianos melhores e nem mais cheios de razões que carnívoros, isso faz de nós apenas vegetarianos.
Bon appétit toujours!

Carnes orgânicas

Não, não deixei de ser vegetariana e nem estou fazendo apologia a carne, mas na minha própria casa preparo para os filhos e os amigos e prefiro servi-los, já que tenho que, com o que seja o menos pior para a saúde deles.
O que exatamente é carne orgânica? Gado e aves que desde o nascimento são alimentados com rações livres de agrotóxicos, de adubos químicos, antibióticos ou hormônios de crescimento.
Você sabia que a carne de cada dia é aditivada, que zil queixas de saúde, principalmente no que toca a saúde feminina estão diretamente ligadas aos hormônios e outros insumos dados ao gado e aves e, por conseguinte seus derivados; os laticínios, carne e ovos ficam também contaminados? Com exceção das vacinas obrigatórias o resto do universo desses animais é livre de tudo que não seja natural, inclusive os remédios usados, quando necessários, vêm na forma de fitoterapia e homeopatia, além do que esses animais são criados soltos, longe dos confinamentos que normalmente ameaçam, intimidam e neurotizam a maioria dos pobres coitados que ainda por cima serão premiados com o abate.
Aqui no Rio de janeiro eu já tinha visto há alguns anos atrás no supermercado Extra da Barra “carne verde”, mas apenas carne de segunda. Hoje fazendo um reconhecimento do novo Pão de Açúcar que substituiu as Sendas do Leblon vi que tinham também carne de primeira, barata não é, mas com o que cada dia mais se descobre dos efeitos finais e colaterais dos agrotóxicos e mais tudo aquilo que entra na vida dessas carnes na ponta do lápis até que sai barato. Na verdade mesmo, o mais barato e saudável, o melhor custo/ benefício é ir aos poucos retirando as carnes do cardápio, um dia por semana, uma 2ª feira depois de um fim de semana aditivado faz uma diferença enorme!
Essas não são apenas palavras de vegetarianos aficcionados, alguns até bastante sectários, mas de muitos médicos que já não recomendam uso diário de carnes como fonte de saúde pelos altos níveis de gorduras, toxinas e remédios presentes nas carnes animais que terminam por infestar nosso corpo e que depredam lentamente nossa saúde.
Há investimentos que mostram sua cara imediatamente e outros que apresentam resultados ao longo do tempo, tudo depende do perfil do investidor, e, acreditem, com saúde não é diferente, o que foi plantado vai ser exatamente o que será colhido, dito isto que tal hoje tentar uma receita sem carne no almoço?
No blog e no meu livro e da Letícia Braga, Da Colheita Para a Mesa, são muitas as receitas saborosas, umas mais simples, outras mais sofisticadas, todas saborosas, testadas e aprovadas...
Um bom almoço para todos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Deu nos jornais, revistas e televisão

Muito bom ver um movimento, pelo menos de curiosidade, em relação ao universo orgânico, mas as fórmulas ensinadas na TV para “limpar” verduras e legumes são no mínimo estranhas, porque se fossem assim efetivas isso equivaleria a dizer que o agrotóxico com o qual foram borrifados permanece apenas na superfície do alimento, coisa que foi negada pelos técnicos que afirmaram, no entanto, que o método ensinado não elimina totalmente o veneno, faltou talvez dizer que alguns agrotóxicos contêm ingredientes que são cumulativos no organismo, ou seja: não são expelidos pelo corpo e alguns vegetais quando cozidos diferentemente do que acreditamos não eliminam o composto, mas ao contrário o potencializam. Surpreendente também foi escutar que nosso paladar não pode sentir quando um alimento contém agrotóxico,ora, há séculos atrás a cenoura era substituta de açúcar, antes mesmo da beterraba, imagine fazer-se açúcar com gosto de sabão que é o sabor da cenoura não orgânica que comemos atualmente, isso sem falar de alfaces, tomates e pepinos com gosto metálico. Culpa da semente, do solo, do clima, da colheita ter sido feita prematuramente? Pois eu gostaria de ouvir a opinião de pesquisadores no assunto, toxicólogos e não técnicos da ANVISA, com todo respeito. Explico porque: pesquisadores se debruçam exaustivamente sobre o assunto enquanto técnicos têm diferentes prioridades e talvez não sejam particularmente especialistas na área.
O que aprendi desde há muitos anos é que a limpeza ajuda a eliminar o excesso superficial, mas o que ficou no solo, no ar e além da casca não pode ser eliminado, dito isto a gente precisa considerar, por exemplo, o fato de morangos e alfaces não terem casca, e agora José?
Há muitas páginas na internet falando sobre o assunto, é vergonhoso constatar que o Brasil é o maior produtor, consumidor e exportador de agrotóxicos no mundo.
Acho que não deve ser fácil recuperar uma terra infestada e nem começar do zero numa empreitada agrícola, os custos iniciais devem ser altos, mas todo investimento necessita de um pouco de suor e o que aqui está em jogo é a vida do solo, da água e do ar que consumimos, a vida de agricultores, polinizadores naturais e a do consumidor final.
No Rio de Janeiro é possível se aproximar bastante de áreas orgânicas e conhecer como funcionam, receber informações com quem tem experiência de sucesso em seu negócio, é fato que para os pequenos produtores nunca é muito fácil e que estão sempre mais expostos às intempéries, mas muitos trabalham nos diversos níveis de plantio consciente. No Sítio do Moinho é possível programar visitas e ter uma informação mais empírica, mas é preciso marcar a visita para ser guiado: http://www.sitiodomoinho.com/ .
Talvez muitas das mazelas das quais soframos atualmente estejam mais ligadas ao que ingerimos do que possamos imaginar, separei algumas das muitas páginas que visitei na internet para me atualizar, vale dar uma olhada. No mais somos totalmente donos de nossas escolhas mesmo quando achamos que não, bom appétit toujours!

http://www.unicamp.br/fea/ortega/temas530/julianaa.htm
http://www.vigilanciasanitaria.sc.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=556&Itemid=571
http://www.ecologiamedica.net/2010/05/vale-pena-pagar-mais-por-certos.html