sexta-feira, 1 de julho de 2011

O xote das meninas

Mandacaru quando fulora na seca, é o siná que a chuva chega no sertão,
Toda menina que enjôa da boneca é siná que o amor já chegou no coração...
(Trecho de Xote das meninas Composição: Luiz Gonzaga / Zé Dantas)

Nessa última viagem a Israel, fotografei alguns cactos em plena floração e outros que já exibiam sua fruta espinhosa, a sabra. Sabra é também a denominação dada ao cidadão que nasce em Israel, numa alusão a fruta que espinhosa por fora é doce por dentro e agüenta quaisquer intempéries. A sabra por dentro é como o mandacaru do sertão brasileiro, mas a pele é tão espinhosa quanto o próprio cacto então na hora de colher e de servir todo o cuidado é pouco, atualmente Israel já exporta uma variedade lisa como o mandacaru, mas a mais comum para consumo interno ainda é a espinhosa e que na estação pode ser encontrada no mercado ou na beira das estradas, nos próprios cactos ou já limpas em tabuleiros, para serem consumidas, é deliciosa bem gelada.
A planta é desértica, um cacto que não é filho legítimo da região, é mexicano e foi trazido pelos espanhóis para a Europa e depois replantado pelas mãos calejadas dos mouros em terras africanas e floresceu em areias desérticas do oriente médio se adaptando bastante bem. Como todo fruto da natureza o sabra não apenas alimenta, mas cura uns tantos males, diz-se que é um milagroso cicatrizante usado desde o século XVII por médicos judeus entre outras qualidades medicinais a ele atribuídas.
Fruto muito saboroso e bonito de se ver, pode ser o principal ingrediente em uma exótica salada. Fatiado bem gelado e disposto sobre folhas de alface americana, pode vir bem acompanhado de bolinhas de queijo de cabra condimentado com pimentas e regado com vinagrete de romãs, hummmmm...
Não há de ser muito fácil encontrar por aqui todos esses ingredientes, mas fica plantada a idéia que pode criar boas raízes se por acaso numa andança por mercados sofisticados os ingredientes forem achados, garanto que visual e sabor impressionam! Mas nada impede que continuemos pensando no que vamos comer hoje à noite ou amanhã antes de anoitecer...
Preparei para o Sem Censura de ontem um pãozinho bem básico que finalizei com recheio de mussarela e blushed tomatoes que não são totalmente desidratados como os secos, que também podem ser usados nessa receita. Como toque final, por cima do pão um galhinho de alecrim ou orégano siciliano em galhinhos desidratados, vale também cobrir com rodelas finamente fatiadas de cebola roxa. Dito isso, que tal acompanhar o pão com um misto de cogumelos refogados em manteiga e alho, ovos mexidos ou omelete de palmito, bem picado e drenado, preparado no azeite de trufas e terminar tudo com uma maçã assada com especiarias que está na página 144 do livro que Letícia e eu lançamos na semana passada? O pão básico também está lá num capítulo dedicado aos preparos básicos, que fazem a maior diferença para quem está aprendendo e até para quem já sabe cozinhar. Bon appétit e bom fim de semana!

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