quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Metade do planeta morre de fome e a outra metade morre do que come

Pouco se fala, e por razões óbvias, do tratamento que recebem os alimentos que chegam até nossa mesa. Ouvimos aqui e ali sobre hormônios dados a animais para crescimento rápido, confinamento de outros para reprodução relâmpago, uso de defensivos agrícolas, um eufemismo para agrotóxico, usado nas lavouras, mas quanto será que isso interfere em nossas vidas realmente? A resposta é: muitíssimo! Diariamente são reproduzidos artigos sobre pesquisas alimentares em diversos sites e em publicações especializadas. É fato que muitos de nós preferimos ignorar pelos mais diversos motivos ao que nos expomos e também ao resto do mundo, sem nenhum exagero, quando ignoramos de que forma é feita a produção de alimentos, principalmente no Brasil. Porque no Brasil especificamente? Porque felizmente para produtores e infelizmente para consumidores somos hoje considerados o maior produtor e distribuidor de agrotóxicos no mundo! A retórica dos produtores é que a demanda por alimentos numa população mundial crescente a cada dia obriga um tratamento agrícola drástico, mas que lógica é essa que alimenta para não matar e mata por contaminar? Alguma coisa nessa conta simplesmente não bate! De acordo com o suplemento Razão Social do jornal Globo de 6 de setembro, “Desde 2008, a Anvisa apontou o nome de 14 sustâncias presentes em agrotóxicos potencialmente nocivas à saúde para serem retiradas do mercado. Seis processos já foram concluídos, mas, desses, quatro ainda estão em definição na justiça, devido a liminares conseguidas pelas produtoras dos insumos.” alguns desses componentes já são proibidos há anos na União Européia, EUA e China e muitos dos produtos que exportamos têm que modificar seus processos agrícolas ou não são aceitos em nenhum país dessas comunidades, outros não são aceitos de forma alguma, então porque são vendidos indiscriminadamente por aqui afetando nossa mesa, saúde e nossa terra?
Dentre os vegetais mais afetados por agrotóxico estão; pepino, batata, morango, abacaxi, tomate e pimentão. Uns vêm carregados de venenos já proibidos e em altas doses e outros com concentração muito acima do permitido. A dica é: orgânicos quando possível e consumo de alimentos que estejam na safra e em sua região de moradia, na safra o uso de defensivos é menor. No caso dos tomates todo cuidado é pouco porque embora o licopeno seja um poderoso anticancerígeno os defensivos usados nos tomates, de acordo com pesquisas, são suspeitos exatamente de causar câncer entre outras doenças, e a ingestão continuada apenas aumenta os níveis de concentração de veneno em nosso organismo. Aqui algumas declarações que nos ajudam a entender um pouco o quanto prevenção é importante.
“Os perigosos fungicidas - Maneb, Zineb e Dithane -, embora proibidos em vários países, são muito usados, no Brasil, em culturas de tomate e pimentão. Os dois primeiros podem provocar doença de Parkinson. O Dithane pode causar câncer, mutação e malformações no feto.”( http://www.sindipetro.org.br/extra/cartilha-cut/11agrotoxicos.htm).
“O cirurgião Armando Portocarreiro, responsável pelo serviço nutricional do Hospital Samaritano, explica que os agrotóxicos estão associados a certos tipos de câncer no sangue, como a leucemia, e que em países como a França e a Suíça já existe lei determinando que os produtos com agrotóxicos tenham identificação especial.” (http://saudealternativa.org/category/agrotoxicos/), ou seja consumo por opção e não por falta de informação. Aqui acrescento também uma explicação breve para esclarecer uma confusão comum entre consumidores, a de que orgânico e hidropônico são primos irmãos, nem de longe! “O produto hidropônico é produzido em água com grande concentração de nutrientes químicos. As folhas absorvem toda a química, principalmente o nitrato, substância altamente cancerígena.”
( http://www.agrisustentavel.com/san/segselo.htm)
A diferença dos hidropônicos para as plantações comuns é a pouca ocupação do solo que se por um lado otimiza espaço por outro distancia o plantio de nutrientes necessários, mas não deixa igualmente de fazer uso de remédios e toxinas como as plantações comuns, enquanto o plantio orgânico precisa de certificado, passa por testes e exames para comprovação de pureza antes de receber um certificado.
Vale uma visitinha ao endereço a seguir para entender melhor essa diferença, http://www.planetaorganico.com.br/saudhid.htm.
Tudo isso dito que tal uma entradinha bem gostosa para esse feriado preguiçoso que pode ser acompanhada por um pão de campanha e um Cousiño Macul Antiguas Reservas Chardonnay 2007 geladérrimo? Et voilá:

Ingredientes para 4 pessoas:
1 “rolinho” de queijo de cabra ou queijo de cabra cremoso orgânico*
1 abobrinha orgânica
1 cl de chá de azeite de trufas
1 cl de chá de azeite de oliva orgânico (Borges)
*1 receita de compota de cebolas

Preparo:
Lave bem a abobrinha e com fatiador de queijo corte finas lascas. Unte uma forma com azeite, disponha as fatias e pincele com o azeite de trufas, forno quente por 10minutos. Retire do forno e reserve. Corte fatias de 2 a 3 centímetros do “rolinho”, ou se for usar queijo creme enforme em aro pequeno. Envolva com uma ou duas fatias de abobrinha, guarneça com a compota e salada verde.


*queijo de cabra orgânico certificado ( capril Deville, deville@guiamaua.com.br )

Compota de cebola
Ingredientes:
2 cebolas médias finamente fatiadas (rodelas)
1 cl de chá de manteiga
2 cls de sopa de açúcar

Preparo:
Em frigideira derreta o açúcar e refogue a cebola até ficar transparente 5/10 minutos. Polvilhe o açúcar e mexa até quase caramelar, 20 minutos aproximadamente. guarneça o queijo e sirva. Bon appétit!

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