sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O feijão nosso de cada dia nos dai hoje...

Acordei saciada pelo feijão, farofinha, banana e couve que devorei no jantar (também!) e pronta para me debruçar sobre esse herói nacional, agora sem garfo e nem faca, recolhi o jornal distraídamente enquanto topava com o  porteiro novo na porta. Bom dia breve e na intenção de apenas folhear abri o jornal numa página internacional que falava sobre a China atual, meu assunto do momento! Babei quando li Martin Jacques, autor de Quando a China Governar o Mundo, dizer que a China não é a ditadura que no ocidente imaginamos, porque se fosse assim o povo não seria tão conivente. Antes que pulem da cadeira me explico: o que acontece aqui é que ao entrarmos em contato com idéias diferentes das nossas temos uma dificil digestão, mas depois de tanta disgressão voltemos ao que interessa: feijão e pasmem...China....
Até abril deste ano 44% das 78,2 mil toneladas de feijão-preto importado pelo Brasil vieram da China,e me pergunto, que conta é essa? O feijão, orgulho nacional é parte da cesta básica e dobradinha de invencíveis PFs servidos nos bares e restaurantes do país afora, quando foi que sumiu e ninguém viu? É verdade que já há muito não produzimos o tanto que comemos, mas cá com meus botões pensei que quando muito vinha da Argentina, pois é, vem de muito mais longe atualmente... Sempre tenho medo de comidas que crescem longe dos nossos olhos, principalmente quando são cesta básica, e como dizia meu avô; " o que engorda o gado é o olho do dono" e quando o olho tá longe, o quê? Destesto circunflexos no quê e desconfio que nem sei usar, desconfio também de comida que vem de longe e precisa cair do galho antes da hora sem desenvolver propriedades necessárias para alimentar de verdade, com propriedade(s), com a desculpa insossa de baratear custos, é no mínimo esquisito num país que como já dizia Caminha, " que em se plantando tudo dá" a gente ter que importar.
Embora preferência nacional o feijão pode as vezes nos fazer ruborizar só de pensar nos gases que provoca e que nos fazem desistir, mas não precisa ser assim e nem é necessário comprar e consumir um transgênico colombiano que já vem com as fibras amaciadas para evitar constrangimento. Nas quintas feiras a feira orgânica do meu bairro oferece entre as muitas frutas, verduras e hortaliças frescas, feijão preto orgânico não transgênico. O quilo não é barato, R$10, mas vale cada grão que não sei se é diferente do oferecido nos supermercados ou se é apenas a quantidade de agrotóxico que faz a diferença, e eu que antes dele há anos já não comia feijão preto caio de garfo e até faca pra não deixar nada no prato. Uma pitadinha de cominho e de coentro fresco ou em grãos bem processados, gotinhas de molho inglês, pitadinha de tabasco e um nadica de mostarda em pó, sempre acompanhado de umas folhas de louro (as brancas asiáticas são um espetáculo!) dão  gosto sensacional pra comer com arroz branco orgânico acompanhado de farofinha de alho, banana fatiada grelhada, regada a suco e raspa de laranjas e junto a isso uma couve refogada, et voilá um maná dos deuses pra ser saboreado no sábado! Pra quem gosta do sabor das carnes é só acrescentar um tofu defumado que faz as vezes dos embutidos sem decepcionar, eu daqui vou pro frio danado, assim que bon appétit para quem fica! Ah, nos sábados tem feirinha orgânica na Glória e acho que também na Lagoa do lado da igreja São José, bom final de semana!

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