segunda-feira, 27 de junho de 2011

O que se come nessa estação?

A natureza é não apenas um celeiro onde podemos encontrar tudo o que é necessário para nos alimentar, senão um termômetro da saúde da terra e uma verdadeira farmácia para cada um de nós, mas para isso seu cio tem que ser respeitado. A sazonalidade de cada alimento deve ser observada e o solo de onde são retirados tem que estar saudável, porque se ingerimos um alimento doente ou medicado com insumos o seu valor nutricional é bastante menor, muitas vezes tudo o que sobra para aproveitarmos são as fibras que no final são apenas isso, fibras sem tantas vantagens. Os sais minerais, vitaminas e todos os outros nutrientes estão nos alimentos saudáveis e bem tratados, os orgânicos que nos mantêm bem e alimentados, e eu falo da boca pra dentro porque sou uma prova viva dessa dieta, vegetariana há mais de 20 anos o único remédio que tomo é para hipo tireodismo, herdado. Não vale no que diz respeito a alimentação investir no barato porque ele sai definitivamente caro, eu por exemplo, acabei de fazer meu check up anual e vai tudo bem e nos conformes, obrigada.
Meu filho mais velho foi pouco beneficiado por orgânicos porque quando me tornei vegetariana ele já estava maior, mas os outros dois durante suas vidas adultas nunca tomaram qualquer remédio, e quando pequenos por conta de infecção intestinal, uma única vez viram antibióticos.
Quando estamos em boa sintonia conosco e conhecemos nosso corpo o suficiente, salivamos diante dos frutos da estação, assim não mais, bem conectados sentimos ao entrar numa feira ou num mercado o perfume de verduras, frutas e legumes que sejam locais e estejam na estação, os que têm que se deslocar saem do pé antes do tempo e o perfume é tímido, ainda não está maturado o suficiente e esse fruto nunca vai ter seu sabor de verdade, apenas sabor aproximado.
Me lembro de durante minhas viagens ao nordeste minha mãe pedir frutas de Recife onde foi criada e sinceramente o gosto era muito diferente das que encontrávamos nos mercados, hoje as não intoxicadas lá são também mais difíceis de achar.
Na beira das estradas em Israel, compramos milho e melão na semana passada, quando eu estava lá, o milho mais macio e doce que já comi e o melão só de pensar faz a boca aguar.
Aqui estamos no inverno a tabela nos diz que tudo o que é picante, de cor menos exuberante e está mais próximo da terra é o que a gente deve procurar. No inverno o que está em cima da terra meio que iberna, está bem próximo dela, procura calor, como nosso corpo. Temos um clima que varia à partir do tropical e, portanto, nossos invernos não se portam de maneira homogênea no Brasil, mas é possível se trabalhar com uma tabela razoável dos alimentos dessa época, os alimentos são mais picantes e de cores mais escuras,uns ficam rentes a terra e outros não vão assim tão longe, não são muito ricos em caldo e nem super exuberantes, mas nos fornecem tudo o que é necessário, e quando fumegam numa panela, o difícil é resistir... et voilà uma sopa/creme de cebolas bem fácil pra se aquecer com um bom copo de tinto pra completar, bon appétit!

Creme de cebolas

Ingredientes por pessoa:

1 cebola média finamente fatiada
1cl de chá de manteiga
½ cubo de caldo vegetal
250 ml de água
½ fatia de pão integral sem a casca
1 cl de sopa de creme de leite gelado e dessorado
1 cl de sopa de grana paddana ralado
1 torrada
1 fatia pequena de queijo gruyére

Preparo:
Refogue a cebola na manteiga até dourar e aos poucos acrescente a água, dissolva nessa mistura o caldo vegetal e ferva em fogo brando por 15 minutos, acrescente a fatia de pão, tampe a panela e desligue o fogo, deixe o caldo esfriar e processe. Junte o creme de leite e o parmesão, acrescente sal se necessário e ferva levemente em fogo brando.
Coloque a torrada com o queijo no fundo de um bowl, despeje o creme por cima e sirva bem quente

2 comentários:

  1. Boa tarde chef. Minha conversa será um tanto longa. se vc me permitir. Primeiro deixa eu me apresentar: Sou Patricia Crespo, jornalista e tecnóloga em gastronomia. Sou esposa, mãe de dois filhos e atualmente trabalho com eventos. Há 12 anos trabaho e pesquiso gastronomia. Mês passado fui convidada para assinar uma coluna no caderno "degusta" de gastronomia do Jornal Estado de Minas, aqui em Belo Horizonte, onde moro há 8 anos. Morei anteriormente em Salvador. Sou do interior de Minas. A proposta de minha coluna é falar do ingrediente que está na época certa de ser consumido. Não é uma matéria educativa, do tipo esse alimento contem essa vitamina que é boa para essa doença. É mais uma cronica. Uma curisidade um passeio pelas características e historias do ingrediente. Concidência, no mesmo dia em que saiu a minha coluna no caderno "degusta" saiu uma matería sobre seu livro no caderno "Bem Viver". Vou hoje a livraria comprar seu livro.

    Mas a questão é que minha primeira coluna foi sobre as mexericas, que por essas bandas estão apodrecento de tão farta que está a colheita. Não é fruto de chão ou de raiz como vc explica acima. Mas é a epoca onde elas estão mais suculentas e doces. Em sua plenitude.
    Na proxima semana falarei das folhas. Que também estão exuberantes nesta época. Estou com um pouco de dúvida. O Ceasa Minas tem uma tabela, onde ele indica a epóca favorável para o consumidor, e a epoca favoravel para o produtor. Ou seja se é favoravel para o concumidor significa que a oferta está maior do que a demanda e os preços estão menores.

    gostaria do seu contato e de sua apreciação no meu texto. Pedi para vc me adicinar no facebook, pois lá no meu perfil vc poderá ver a matéria na íntegra.

    Saudações e parabens pelo livro. Aguardo seu contato. patcrespo@uol.com.br

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