segunda-feira, 30 de novembro de 2009

AZEITONAS

Sempre tive horror a azeitonas. Seja porque uma vez meu irmão a título de uma gracinha disse a visitas que a mãe nunca deixava que ele comesse o quanto tinha vontade, o que lhe rendeu como castigo comer um vidro inteiro (haja psicologia infantil....), seja porque as águas por onde navegam me causavam indescritível mareio...
Um dia quando estava no meu Café com o André, assistente de cozinha, chegou uma encomenda de azeitonas pretas. Era um tonel enorme e quase tive um desmaio ao ver aquele monte de olhos pretos mergulhados em águas turvas me olhando. Fiquei tonta, então o André me disse: vou trocar a água.
E pela primeira vez eu observei com emoção aqueles frutos pretinhos oleosos, qual peixes fora d’água. Tinham um perfume inusitado. Peguei uma e mordi. Caudalosa e horrorosa! Cuspi fora (hamsa!hamsa!) e decidi que não iam me vencer assim tão fácil.
Resolvi desidratar.
Levei ao forno quente e esperei que chegasse o cheiro do deserto e de azinhavre do suor mouro.Começaram a enrugar tirei do forno. Esfriaram. Botei uma na boca.
Manjar maravilhoso. Não parei mais de comer e ainda me pergunto por que não as embalam em vácuo ou num pouco de azeite ao invés de águas turvas salgadas.
São tão oleosas que é difícil que estraguem.
Embora possa acontecer de mofar. Óleo, calor e pouco espaço não se harmonizam por muito tempo...
Bom, a essas azeitonas se pode juntar bom azeite, pimenta fresca, orégano orgânico, talvez umas talhadas de peccorino ou de queijo mineiro.
Caem bem também umas cebolas pequeninas e quem sabe até uns tomates, pra comer com o pão e o queijo fresco ao sabor de um bom vinho tinto .

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